Marcha das Vadias em BH

sábado, 2 de junho de 2012

“Mulheres na luta contra a opressão, abaixo o machismo e a exploração!”
Aconteceu, no dia 26 de maio de 2012, a segunda edição da Marcha das Vadias, em Belo Horizonte. O evento, também chamado de Marcha das Vagabundas, acontece há um ano, em várias cidades pelo mundo a fora, no intuito de ocupar as ruas de forma combativa e irreverente, chamando a atenção da sociedade para um preconceito do qual as mulheres do mundo inteiro são vítimas: o julgamento de uma mulher baseado na roupa que ela veste – e justificando com isso a violência e o assédio sexual que sofrem.

É comum vermos advogados, policiais e até mesmo juízes justificando estupros de mulheres baseando-se no fato de que ela estava com a roupa curta e que, por isso, provocou a agressão. Esse posicionamento reflete a lógica machista que julga a vítima, não o agressor. A Marcha das Vadias começou a partir de uma situação absurda assim: teve origem com a slutwalk (caminhada das vadias) que ocorreu no Canadá, em 2011, em resposta à justificativa dada por um policial de que as meninas de uma universidade estavam sendo estupradas porque se vestiam como “vadias”. As manifestações se organizaram sob o lema de que “se ser livre, é ser vadia, então somos todas vadias”, questionando a culpabilização das mulheres que sofrem com a violência sexual.


Diante da indignação com essas e outras formas de violência física e moral contra as mulheres, o Movimento Mulheres em Luta luta diariamente por uma sociedade justa, em que todas as pessoas são iguais e nenhum tipo de violência pode ser justificada em qualquer forma de opressão. Por isso, estivemos presente na Marcha das Vadias, em Belo Horizonte, levantando cartazes com dizeres: “A roupa que eu uso não é um convite”; “Mulher não é mercadoria”; “Minha beleza não é padrão”, uma vez somos contra a padronização e o estereótipo da beleza feminina que, na verdade está relacionado com a lógica mercantilista de que é possível e necessário comprar beleza.

Imagens: facebook da Marcha das Vadias
 BH
Durante a marcha, o MML e a ANEL (Assembleia Nacional de Estudantes Livre) se posicionaram com palavras de ordem contra o machismo, o racismo, a homofobia e a exploração, pois tudo isso determina a opressão de um ser humano sobre o outro, principalmente as mulheres, os negros e os homossexuais. Se os trabalhadores são explorados, a mulher trabalhadora é duplamente explorada por ser mulher. Se ela for negra, é ainda mais oprimida e se for também lésbica é uma opressão multiplicada por quatro.

O MML entende que só é possível combater a opressão e a exploração da mulher, bem como o racismo e a homofobia, através da luta, uma vez que nenhum governo até hoje se comprometeu em acabar com a opressão e a exploração. Nem mesmo agora, que temos uma mulher na Presidência da República, não há nenhuma ação de fato em prol daquelas que realmente necessitam de políticas que assegurem seus direitos, as mulheres trabalhadoras.

Por Izabella Lourença, da ANEL

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