Em BH, ato de 8 de março reuniu mil mulheres da cidade e do campo

domingo, 1 de abril de 2012

   

“Só a luta pode por fim à opressão e à exploração da mulher”. Esses dizeres abriram o ato do dia 8/3, Dia Internacional da Mulher, em Belo Horizonte. A manifestação reuniu cerca de mil participantes, da cidade e do campo, em uma grande passeata pelo centro da capital. As principais bandeiras do ato foram vagas na Educação Infantil pública, fim da violência contra a mulher e direito de decidir sobre o próprio corpo. Durante o ato, as mulheres tocaram, cantaram, “interditaram” espaços públicos pela prática do machismo (como Palácio da Justiça e Igreja) e mudaram o nome da “Praça 7”, o símbolo central da cidade, para “Praça 8 de março”.

Estiveram na organização do ato o Movimento Mulheres em Luta, a CSP-Conlutas, o Sind-Rede/BH, Via Campesina, Marcha Mundial de Mulheres, Rede Feminista, Associação Lésbica de Minas, Quilombo Raça e Classe, ANEL, além de aproximadamente outras 40 entidades, sindicatos, coletivos, movimentos feministas, populares e partidos de esquerda. As professoras da Educação Infantil da Rede Municipal de BH iniciaram sua campanha salarial no dia 8 e participaram do ato com peso. As trabalhadoras da saúde também marcaram forte presença, com entidades como o Sindeess/BH (saúde privada), Sindsaúde Contagem (saúde pública) e Sindeess/Divinópólis (saúde privada) também se integrando ao ato.

Em relação a um dos eixos prioritários do ato unificado, a luta por vagas nas escolas infantis públicas, o MML e a CSP-Conlutas denunciaram o corte no orçamento de R$ 55 bilhões, recém-anunciado por Dilma, e que prejudicará ainda mais o seu (já atrasado) compromisso de entregar 6 mil creches, em todo o País, até o fim do mandato.

Em relação à violência contra a mulher, além de exigir a real aplicação da Lei Maria da Penha, as manifestantes denunciaram também a violência do Estado contra as mulheres trabalhadoras e pobres. As mulheres do MST e MAB, que compõem a Via Campesina, denunciaram também a violência do agronegócio no campo, levando a bandeira da reforma agrária e da soberania alimentar.

Os despejos das famílias da comunidade Pinheirinho (SJC), em janeiro de 2012, e do acampamento sem terra de Felisburgo (MG), no final de 2011, foram citados nas falas e no manifesto entregue à população. Exemplos de como os governos, ao atacarem os direitos dos trabalhadores à moradia e à terra, violentam principalmente as mulheres.

O tema do direito ao próprio corpo teve bastante importância no 8 de março deste ano, em vista da MP 557, editada por Dilma, que prevê o cadastramento das grávidas no atendimento medico público e privado. Em BH, o ato feminista foi o momento de fazer uma forte denúncia em relação a essa medida, que pode criminalizar ainda mais as mulheres que recorrem ao aborto – a 4ª morte de mulheres no Brasil. As trabalhadoras exigem aborto legal e garantido pelo SUS, aliado a educação sexual e distribuição ampla e gratuita de anticoncepcionais pra não engravidar.

0 comentários:

Postar um comentário

 
Mulheres em Luta MG © 2012 | Designed by Bubble Shooter, in collaboration with Reseller Hosting , Forum Jual Beli and Business Solutions