Em defesa das mulheres que lutam! Somos todas Camilo Torres, Irmã Dorothy e Eliana Silva!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

A PM e prefeito Márcio Lacerda querem expulsar de suas casas 470 famílias das comunidades Camilo Torres, Irmã Dorothy e Eliana Silva, na região do Barreiro, em BH. Calcula-se que 70% das moradias sejam chefiadas por mulheres, trabalhadoras, pobres e, em sua maioria, negras. Lutadoras que, para garantir uma vida digna aos seus filhos e o direito humano à moradia, ocupam terrenos públicos no Barreiro – a maioria delas há mais de 4 anos. Mulheres que construiram nessas ocupações seus lares, abriram ruas, organizaram horta comunitária, bibliotecas e atividades coletivas, tentando diariamente melhorar a vida dos que vivem ali.

É essa população, pobre, negra e trabalhadora, que o prefeito reeleito Márcio Lacerda e a poderosa especulação imobiliária da capital querem despejar! Para apoiar a resistência das comunidades, o Fórum Permanente de Solidariedade às Ocupações de Belo Horizonte está organizando uma série de atividades e um grande abraço às três comunidades, no dia 25/11, que também é o Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher.

O Movimento Mulheres em Luta e o Quilombo Raça e Classe, movimentos filiados à CSP-Conlutas, também se somam às atividades de resistência. Convocamos mulheres e homens trabalhadores a transformar o 25/11 em um grande dia de combate à violência do Estado contra mulheres e a população pobre e negra de nossa cidade.

ENTENDA A SITUAÇÃO

Há vinte anos, tais terrenos foram transferidos de modo irregular e ilegal a particulares. Estes, como se não bastasse, os mantiveram abandonados desde então, o que representa não cumprimento de sua função social.

Os terrenos pertenciam à Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG, ex-Companhia de Distritos Industriais – CDI) que os repassou a particulares por valores muito abaixo dos valores de mercado. A contrapartida seria a implementação de atividades industriais em até vinte e quatro meses. Nos duzentos meses subseqüentes, nada foi construído. Além disso, os terrenos foram repassados – sempre irregularmente - a outras empresas, configurando a mais escrachada especulação imobiliária. Estes terrenos têm sido objeto de transação ilegal entre o governo de Minas Gerais, a Prefeitura de Belo Horizonte, a Victor Pneus, a TraMM Locação de Equipamentos Ltda e os Bancos Bradesco e Rural. Destacamos que o Banco Rural é réu já condenado pelo Supremo Tribunal Federal no “escândalo do mensalão”.
Os partidos que estão em conluio com as empresas que se apropriaram ilegalmente dos terrenos são os mesmos que, em São José dos Campos/SP, patrocinaram o despejo de Pinheirinho, em janeiro de 2012. Nesta ocasião, 1600 famílias foram massacradas e tiveram suas casas destruídas após oito anos de ocupação de terreno grilado pelo mega-especulador Naji Nahas. Estes mesmos interesses são representados em Minas Gerais pelo prefeito Márcio Lacerda (PSB), o ex-governador Aécio Neves e o atual Antonio Anastasia, ambos do PSDB. À jogatina com terrenos públicos, soma-se a podre jogatina da política profissional.

(Adaptado do manifesto lançado pelo Fórum Permanente de Solidariedade às Ocupações de Belo Horizonte)

Leia o manifesto completo em IHG

0 comentários:

Postar um comentário

 
Mulheres em Luta MG © 2012 | Designed by Bubble Shooter, in collaboration with Reseller Hosting , Forum Jual Beli and Business Solutions