Em defesa do vagão feminino!

terça-feira, 15 de abril de 2014

VAGÃO FEMININO PARA NOS PROTEGER, COMBATE AO MACHISMO PARA NOS LIBERTAR!



Já virou rotina. Todos os dias é a mesma coisa: sair para trabalhar e pegar metrô ou ônibus super lotado. Nós mulheres somos as que mais sofremos com o descaso dos governos com o transporte público. Somos todos os dias assediadas no ônibus e no metrô. No metrô de São Paulo já foram registradas 97 queixas de abuso só este ano. Nessa semana, foram denunciadas páginas do facebook que incentivam o assédio às mulheres no transporte. Em Belo Horizonte, só esse ano, já foram registradas 26 denúncias de assédio e abuso no metrô. Diante do quadro de aumento da violência machista em todos os âmbitos da vida da mulher, o Movimento Mulheres em Luta (MML) aprovou, em encontro nacional realizado em outubro de 2013, a luta por vagões específicos nos metrôs como parte de suas ações. Este ano, em resposta às grandes marchas e mobilizações em torno dos direitos das mulheres, em especial medidas de combate à violência, o presidente da Câmara Municipal de BH apresentou projeto de lei que prevê a criação de um vagão destinado exclusivamente às mulheres.

Já existem esses vagões no Rio (desde 2006) e em Brasília (desde julho de 2013). Essa é uma medida imediata de proteção às mulheres, necessária diante do caos do transporte público nas cidades e do aumento da violência e dos estupros. Para uma mulher que pega o metrô lotado e é obrigada a ficar colada com um monte de homem, sendo vitima de assédio sexual, é muito melhor ter a OPÇÃO de estar em um vagão exclusivo. Porém, apenas UM vagão não resolve o problema das mulheres, que em BH correspondem a 65% dos usuários do metrô! É necessário o número suficiente para atender todas as mulheres: hétero ou homossexuais, trans, cis. O direito e a garantia de viajar no vagão feminino tem que ser de todas.

VAGÃO FEMININO NÃO BASTA!

Apesar de o vagão feminino ser uma medida importante de proteção às mulheres, as medidas para o fim do machismo e da violência contra a mulher não cabem em um vagão. Por isso queremos dizer bem alto ao vereador: Não queremos só o vagão! Essa mediata de nada adiantará se não vier acompanhada por uma grande campanha contra violência machista no transporte público; pelo estímulo às denúncias de assédio; pela real punição aos agressores; mais investimentos no transporte público, sem privatização; e também pela criação de comissão de usuárias para avaliar a implementação da lei.

Em BH é urgente a expansão das linhas de metrô, o aumento e a modernização dos carros para aumentar a capacidade dos trens e diminuir o tempo de viagem, garantir iluminação e segurança no acesso às estações e pontos de ônibus, a valorização dos funcionários e treinamento especializado para os mesmos. A violência é sim a manifestação da ideologia machista que prevalece em nossa sociedade, mas é estimulada pelo descaso dos governantes que tratam o transporte público não como direito dos trabalhadores(as), mas como um negócio.
Panfletagem do MML na Estação Central do metrô, em BH.

Reafirmamos para um setor da sociedade e para os governantes que não é culpa da mulher se um homem a assedia no metrô ou em qualquer lugar que ela esteja. O MML entende que são necessárias medidas de proteção à mulher em todos os âmbitos de sua vida. Os governos precisam imediatamente aplicar políticas públicas de combate cotidiano à violência contra a mulher e ao machismo em nossa sociedade, com aplicação e a ampliação da Lei Maria da Penha.

VIVEMOS DIAS EM QUE A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER AUMENTA A CADA HORA! É PRECISO MUDANÇAS URGENTES! Por isso, o MML defende a criação de vagões exclusivos para mulheres HOJE, sem abandonar jamais as demais pautas e a luta estratégica do fim do capitalismo para por fim ao machismo em nossa sociedade!

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