Nota sobre caso de machismo em Itajubá

sexta-feira, 4 de abril de 2014

NOTA SOBRE O CASO DE MACHISMO EM ITAJUBÁ/MG

Com pesar fomos informadas de um caso recente de machismo e tentativa de agressão contra uma das diretoras do Sindicato de Metalúrgicos de Itajubá e Região, e também dirigente do MML na cidade. Conforme relatado em ata, o diretor Maurício tentou agredir fisicamente a companheira durante uma reunião da diretoria em 28/02. Após o ocorrido, passou a se utilizar do machismo para difamar e desmoralizar a companheira, a mesma violência moral e psicológica que também combatemos todos os dias. Além disso, o diretor insiste em continuar comparecendo às reuniões da diretoria, mesmo após a mesma ter decidido pelo seu afastamento temporario da coordenação da entidade.

Acreditamos que nenhuma disputa ou divergência política pode justificar qualquer violência, física ou moral, contra uma mulher, independente de sua orientação política. O caso ocorrido é ainda mais grave se considerarmos que a base do sindicato é majoritariamente feminina, mas há apenas duas mulheres na atual diretoria da entidade. O machismo divide a classe, afasta e desmoraliza as trabalhadoras e leva à derrota da luta contra os patrões. É inadmissivel que uma ideologia dos inimigos seja usada para "vencer" qualquer disputa política dentro dos sindicatos - se isso assim continuar, a vitória será sempre de quem nos explora e oprime.

Dessa forma, oferecemos todo o nosso apoio a companheira e defendemos medidas punitivas e pedagógicas em relação do diretor Maurício. Em primeiro lugar, a diretoria precisa estar ao lado da companheira agredida e tomar medidas para que ela possa continuar participando das reuniões e atividades sindicais sem constragimento ou insegurança. Por isso, apoiamos o afastamento do diretor por determinado período (decisão já tomada pela diretoria) e que esse afastamento seja de fato garantido pelo conjunto dos diretores. Chamamos que todos defendam a companheira dos comentários machistas e fortaleçam-na para que possa continuar na luta.

Outras medidas que podem ser garantidas pela entidade são: posterior reintegração do diretor submetida a avaliação de sua conduta pela diretoria e a companheira agredida; posicionamento público da diretoria perante a categoria em relação ao caso, em boletim; retratação pública como medida pedagógica e punitiva por parte do Maurício; cuidados para não expor a companheira além do limite que ela indicar; pautar na diretoria a opressão e a violência sofridas pelas trabalhadoras, com calendário de discussões frequentes. Acreditamos que a não tolerância com a opressão só poderão fortalecer a diretoria, num aprendizado constante que unirá cada vez mais as mulheres e homens da nossa classe para lutar.

Executiva Estadual do Movimento Mulheres em Luta - MG

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